Dom de Amor

"É mais fácil amar a Deus do que percebê-l'O."

Estas palavras do Sr. Patriarca na Vigília de Pentecostes deste ano ficaram a ressoar dentro do meu coração... A ressoar... A ressoar...

Amar...
e Amando entender...
e entendendo Amar mais...

É a lógica do Amor: começar por Amar e não por perceber. É a lógica de um Amor maior que eu, tão maior que eu não consigo abraçar... Mas, há medida que me deixo acolher o Dom do Amor que é o Espírito Santo, o entendimento abre-se e tudo começa, a pouco e pouco, a ficar mais claro.

Como é possível entender que o próprio Deus se fez homem, se deu inteiramente a mim e por mim, sem que eu tenha feito nada por merecê-lo, se não entender a linguagem do Amor? Como?

Nestas coisas da fé, aprende-se experimentando. É como comer, é como se aprende as coisas mais básicas da nossa vida... Seria interessante explicar a um bebé que ele tem de mastigar e salivar a comida para o ensinar a comer. Ninguém faz isso! Todos nós já comemos (e bem) quando na escola aprendemos a teoria toda acerca desse processo. E é porque até lá comemos e crescemos que conseguimos entender a explicação que nos dão. Interessante: para se estender como se come é preciso ter comido a vida toda...
É assim que vejo as coisas de Deus, antes de O perceber, terei que O esperimentar durante uma vida inteira. E experimentá-l'O é experimentar o próprio Amor! Só experimentando, só me deixando ir com Mar, só confiando e amando com toda a minha capacidade de amar, mesmo que esta fique muito aquém do Infinito Dom do Amor de Deus, é que poderei, talvez um dia, entendê-l'O. Mas até lá, terei a "barriga cheia" do Seu Amor, até lá terei o que é verdadeiramente importante. Porque para crescer até à estatura dos homens é preciso comer e não saber a teoria acerca da manducação dos alimentos. Para crescer até à estatura de Cristo é preciso ser Amado e amar e não saber a teoria acerca de como se ama.

Já estou como o António... já nem sei se o que escrevo faz muito sentido... mas queria partilhar convosco esta Alegria infinita e eterna que é deixar que Deus me Ame e que o seu Amor transborde para outros através de mim... Porque afinal, "Deus é Amor".

Recebereis o Espirito Santo e sereis minhas testemunhas

Gostei muito, como sempre, de ouvir o Senhor Patriarca falar. Reparei que é muito bonito ver como a Sé de Lisboa, fria, severa e antiga, se consegue tornar tão quente e iluminada com a presença de tantos jovens cristãos. Foi bom ter a minha irmã a meu lado. Foi bom estar com o grupo de jovens. Cantei e vi como a minha voz se perdia no meio de tantas outras, fundindo-se com elas. Pensei em como o Pai consegue ouvir o canto de todos nós, e escutar as preces de cada coração. Consegui sentir o calorzinho do seu Amor em cada uma das luzes acesas, labaredas de fogo, artificiais. Sonhei um mundo em que todos tivessem a arder bem dentro de si aquela Chama que não se apaga, aquela vontade que nos faz ser Suas testemunhas, aqui, e pelos confins da terra! Abri muito os olhos quando ouvi o Senhor Patriarca dizer que não O procurassemos compreender, mas que apenas (que grande apenas!) O procurassemos Amar. E amar.

"Recebereis a força do Espírito" Act1, 8

Era este o tema da vigília deste ano =)

Senti que este ano a vigília não teve o mesmo "gosto" do que a do ano passado.... Foi diferente....

Há já algum tempo que precisava de um tempo para reflectir e voltar a encontrar-me com Deus, sentir-me acolhida por Ele. Com a azáfama do dia a dia muitas vezes não consigo parar um bocadinho, reflectir, apreciar, olhar tudo e todos os que me rodeiam e agradecer...

Mas este sábado que passou voltei a sentir o mesmo... E senti-me óptima, sentia dentro de mim uma alegria imensa e uma serenidade.
E tal como António disse os momentos de silêncio "serviram para eu voltar a olhar para onde estava e quando é que estava, porque o tempo tem passado tão depressa"....

Desta vigília guardo especialmente uma frase, que cada vez mais vai fazendo sentido :

" Por isso, temos necessidade deste orvalho de Deus para que demos fruto..."

Do tratado de S. Ireneu, bispo, Contra as Heresias (Séc II)

E ao lembrar-me desta frase recordo-me também da imagem que estava ao fundo do altar com a representação da descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos e de como cada vez que olhava para ela sorria :)

Vigília de Pentecostes

Esta Vigília não teve nada a haver com a do ano passado. Confesso que eu já estou a confudir um pouco a Vigília do ano passado com a missa Crismal (a dos óleos...) também do ano passado, mas fiquei com a ideia de que à do ano passado foi muito mais gente e que se fez sentir isso! Sinto por isso que esta vigília foi mais pesoal; ou seja, feita para o tu António Baptista, tu Maria João, tu Marta Ferreira, tu, Ausenda Filipa, tu Alexandre Palma, tu Raquel Carvalho, tu Joana Não sei quantas, tu marta Carvalho, tu Ana Baião, tu João Pedro, tu Inês Vaz, tu Pedro, tu Sara Filipa, tu Helena Marta; e não feita para aquela gente que se sentava nos bancos da Sé de Lisboa.

Nao sei... e mesmo apesar de a parte do fim não ter sido tão boa, e não me parecer ter estado tanto em igreja, durante a vigília estava em oração com o resto das pessoas e... isso é que é importante, não é?

já não me lembro se na Vigília do ano passado havia momentos de silêncio, mas eu gostei destes... serviram para eu voltar a olhar para onde estava e quando é que estava, porque o tempo tem passado tão depressa que mal eu vir, já tou a escrever o texto sobre a Vigília de Pentecostes novamente, só que de 2009...

enfim...

Esta imagem é a imagem do Mendigo Romano

MENDIGO ROMANO

De pernas cruzadas e de rosto por terra,
Do qual não se vislumbra qualquer traço.
Curvado, sem pretensões humanas
Estende apenas sua mão direita.

E no meio da noite daquela cidade,
A luz de um candeeiro cansado de iluminar as trevas,
Iluminou aquela figura,
E assim iluminada, alumiou o meu olhar.

Aquela imagem tão negra, iluminou a minha noite,
Rasgou as trevas interiores da minh'alma e
Lancei-me a ele da maneira que pude, trazendo-o comigo.

Agora, dou-to a ti que me escutas.
Para que vejas ali, Aquele que eu vi,
E saibas, com segurança, que Ele ressuscitou.

Vem Espírito de Amor

O Amor que o Espírito me dá,
A Força que tem p’ra mudar,
Quando me afasto ensina-me a caminhar,
A minha vida nas mãos de Deus quer ficar.

Ó Sol da minha vida,
Quantas vezes me senti perdida,
Cega na escuridão,
Sem encontrar um caminho.

Vem Espírito de amor Ilumina a minha vida,
vem encher de calor esta alma sofrida.

O fogo que desceu do céu,
Mostra como falar de Deus
Sem medo, sem vergonha eu quero gritar,
Senhor, meu Deus, a Ti sempre quero amar.

Sinto a Tua Força,
Enches-me com a Tua Paz,
Sei que estou segura
Que sempre me guiarás.