Sim, o tema era a Quaresma e não te enterraste!
Gostava só de acrescentar umas palavrinhas ao que dissemos no Sábado... Sim, mesmo tendo durado tanto tempo, eu não disse tudo o que tinha no meu caderninho :P
"Aquele jogo de que falaste chama-se "O Deserto" e tenta reporduzir a caminhada do Povo de Deus da opressão do Egipto para a liberdade da Terra Prometida. Esta caminhada é a imagem, o protótipo de qualquer caminhada pessoal ou comunitária: a libertação pessoal ou de um povo não é um processo de "mão beijada", mas é antes uma construção com avanços e recuos, com momentos de entusiasmo e de desânimo, mas com uma certeza: Deus nunca abandona o Seu Povo!
A Igreja como que regressa todos os anos ao "deserto", à semelhança do Povo Judeu e de Jesus, durante 40 dias, no tempo da Quaresma, para fazer retiro, para rever a Sua caminhada, voltando à fonte baptismal, ao alimento da Palavra de Deus, à renovação do coração e da vida, para voltar sempre de novo ao Mistério Pascal e celebrar, de coração renovado, a Festa da Páscoa.
Também cada um de nós precisa de ir ao "deserto": deixar de vez em quando o ritmo habitual da vida, levar apenas o absolutamente necessário e estar disponível para o encontro consigo mesmo, com o Senhor e a Sua Palavra; tempo de oração, de abertura de coração; tempo para interiorizar e saborear a Mensagem que somos chamados a anunciar!
E o "deserto" transforma-se em "oásis" florido, fecundo que alimenta e renova a caminhada da Vida!"
É neste contexto que todos os sacrifícios associados à Quaresma fazem sentido. Não fazemos abstinência de comida, por exemplo, porque até dá jeito emagrecer uns quilos (belo exemplo!), e sim porque queremos libertar-nos, não da fome mas, da gula. Custa? Custa, sim. Mas será possível haver mudança verdadeira sem sofrimento? Parece masoquista, mas não é, é realismo. Mesmo quando sabemos que a mudança nos leva a ser alguém melhor, mudar custa, é difícil desinstalarmo-nos daquilo a que estamos habituados, mesmo sabendo que não é o melhor para nós e/ou para os outros.
Parilho também a minha experiência convosco, apesar de não ser tão boa como a tua... Além da abstinência alimentar (ao contrário de ti, eu levo almoço barato de casa, e o dinheiro que gastaria nessa refeição vai para a minha renúncia quaresmal), eu decidi que ía "resistir" à TV à noite, para não me deitar tão tarde e assim estar mais acordada na minha oração da noite, já que é a única que faço e assim é o momento do dia que reservo para estar só com o Pai. Pois é, mas hoje é o primeiro dia que estou em casa e consigo cumprir o que me propus a fazer. E sabem porquê? Sabes porquê Baptista? Porque o teu post, a tua experiência tocou-me mesmo e deu-me força para lutar contra a minha preguiça. Como diz uma das velinhas que levei no Sábado: "A palavra convence, mas o exemplo arrasta." E o teu exemplo arrastou-me para este "deserto" que acredito que me levará à "Terra Prometida", a uma vida cada vez mais na presença de Deus.
Não podia deixar de partilhar isto hoje, e que:
"I am sure I shall see the goodness of the Lord in the land of the living.
Yes, I sall see the goodness of our God. Hold firm, trust in the Lord."
(é a música de Taizé que estou a ouvir :)
Beijinhos, para todos.
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